O intrigante universo de Rubem Fonseca

Rubem Fonseca por Zeca Fonseca DivulgaçãoÉ capaz de enxergar toda sorte de tragédias humanas por detrás das definições legais. Rubem Fonseca começou na pocia e seu brilhantismo como comissário indicava uma longa carreira. Mas este mineiro com espírito carioca não resistiu às tramas dos casos que investigava. Vendo que cada drama pessoal representava todo um universo, se deixou levar pelo impulso de narrá-los. E aos 38 anos de idade, depois de trabalhar como polícia, advogado e estudar Direito e Administração de Empresas, Rubem Fonseca decide ser escritor em tempo integral.

A carreira tardia não impediu, em absoluto, o reconhecimento deste escritor e roteirista brasileiro, nascido em 1925. Em 2003, venceu o Prêmio Camões, o mais prestigiado galardão literário para obras em língua portuguesa. No mesmo ano, também recebeu o prêmio de Literatura Latinoamericana e Caribe Juan Rulfo, concedido durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.

Sempre avesso a entrevistas, Rubem Fonseca tem dezenas de livros e contos publicados. Fora do Brasil, seus trabalhos mais conhecidos são “O Caso Morel”, “A Grande Arte” , “Bufo e Spallanzani” e “Agosto”. Recentemente, a Casa América Catalunya rendeu uma homenagem ao escritor brasileiro. Confira o debate de especialistas na matéria nesta reportagem emitida pela Radio Exterior de España / RNE (introdução, minuto 12’17”. Reportagem, 14’07”)

“Trapusteros” retorna à Espanha com bonecos falando em português

"Los Cuentos de Otro", ou, na versão em português, "Este Conto não é meu"

“Los cuentos de otro”, ou, na versão em português, “Este conto não é meu”

Marcos Pena é espanhol, de uma pequena cidade que faz fronteira com a França, mas há três anos decidiu fazer do Brasil o seu porto-seguro. Em terras tupiniquins, dá sequência a um trabalho no qual se iniciou há anos aqui na Espanha, o teatro de bonecos.

Com a companhia de teatro “Trapusteros“, Pena consegue fazer mágica com seus bonecos de luva: atrai a atenção das crianças a uma arte milenar e consegue que os pequenos se desconectem das telas de celulares e tablets.

Depois de rodar mundo, Marcos Pena foi ao Brasil para se maravilhar e aprender com uma cultura de teatro de bonecos desconhecida pela maioria dos brasileiros. De todos os teatros de bonecos espalhados pelo país, os “mamulengos”, da região Nordeste do Brasil, são os mais conhecidos. Mas cada região do país tem suas tradições nesta arte que continua encantando as crianças. Pena diz que retorna a terras ibéricas culturalmente mais rico.

Regresso à Espanha com língua e sotaque brasileiros

O curioso é que Marcos Pena regressa ao seu país natal com uma peça em português, “Este conto não é meu“. A obra de teatro de bonecos, que não só se desenrola em português, mas apresenta elementos da cultura brasileira, foi apresentada em Barcelona na Casa América Catalunya.

Los cuentos de otros 065Nesta entrevista concedida à RNE / Radio Exterior de España (minuto 4’52”), Marcos Pena conta detalhes do espetáculo, fala da milenar arte de dar vida a bonecos e como as crianças da nova geração reagem a este mundo de fantasia e imaginação.

Homenagem a Carlos Fuentes: literato, agitador cultural e político

Carlos Fuentes

Carlos Fuentes: “No existe la libertad, sino la búsqueda de la libertad, y esa búsqueda es la que nos hace libres.”

Carlos Fuentes rodou o mundo, morou em muitos países, falava com perfeição vários idiomas. Porém, ainda que fosse um homem do mundo, aberto a diversas culturas, nunca deixou de se preocupar com sua identidade mexicana e com a melhor maneira de expressá-la. Em maio de 2013, primeiro aniversário da morte do escritor, intelectuais de todos os cantos do mundo lhe renderam homenagens.

Na Casa América Catalunya, em Barcelona, cidade pela qual Fuentes tinha grande carinho, jornalistas, escritores e editores se reuniram para recordar os feitos deste escritor que se consolidou como um dos ícones da literatura moderna em língua espanhola.

Homem de literatura, mas também um agitador cultural e um ser inteiramente político Fuentes sempre viu as coisas com perspectiva. Talvez pelo fato de ter morado em diversos países: Estados Unidos, Equador, Uruguai, Argentina, Chile e até no Brasil. Mas era na identidade mexicana que se espelhava. Mais informações sobre esta homenagem ao escritor, emitida pela RNE/ Radio Exterior de España, a partir do minuto 17’06”.

http://www.rtve.es/alacarta/audios/programa/emisso-portugues-30-05-13/1847468/

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La delgada línea que separa la vida y la obra de Raúl Zurita

raul-zurita-reivindica-la-poesia-como-unica-posibilidad-para-vislubrar-el-nuevo-mundoBarcelona recibirá una de las voces más destacadas de la literatura chilena contemporánea: Raúl Zurita (Santiago de Chile, 1950). El poeta estará en la ciudad condal en el marco de la Setmana de la Poesia de Barcelona y también en el contexto del 40º aniversario del golpe militar en Chile.

El próximo lunes, 13 de mayo, en el auditorio de Casa Amèrica Catalunya (C. Còrsega, 299), Zurita dialogará con el poeta y crítico Edgardo Dobry sobre la delgada línea que separa su vida y su obra.

Debido a su ideología comunista, Raúl Zurita fue detenido, encerrado y torturado durante la dictadura de Augusto Pinochet. Sin embargo, las fuertes represalias no le impidieron de usar el arte como herramienta de resistencia política.

Durante este periodo, el artista realizó diversas acciones artísticas que pretendían integrar y ampliar de forma crítica y creativa las diferentes concepciones de arte y vida. Zurita utilizaba su cuerpo como medio de expresión y en esta tarea el artista muchas veces traspasaba el radicalismo. En algunas de sus performances, Zurita llegaba a la autolesión o automutilación: se arrojó amoniaco a los ojos, quemó su mejilla con un fierro ardiente.

Diálogo de Chile

Verás un mar de piedras
Verás margaritas en el mar
Verás un Dios de hambre
Verás el hambre
Verás figuras como flores
Verás un desierto
Verás el mar en el desierto
Verás tu odio
Verás un país de sed
Verás acantilados de agua
Verás nombres en fuga
Verás la sed
Verás amores en fuga
Verás el poco amor
Verás flores como piedras
Verás sus ojos en fuga
Verás cumbres
Verás margaritas en las cumbres
Verás un día blanco
Verás que se va
Verás no ver
Y llorarás

Raúl Zurita

A Hora da Estrela

Imagem“Sou tão misteriosa que não me entendo”, dizia Clarice Lispector. Mas em seus escritos a autora desvelava as profundezas de sua alma. Era discreta e evitava dar entrevistas. Porém, quando escrevia deixava confissões e abria as portas de um universo profundo e filosófico.

Esta é uma reportagem documental sobre a escritora brasileira Clarice Lispector, homenageada na Casa América Catalunya. A trilha é de Erik Satie. 13’40”

http://www.rtve.es/alacarta/audios/emision-en-portugues/emisso-em-portugues-28-02-13/1702811/

Entrevista com Paulo Lins, autor do romance “Cidade de Deus”

O escritor e roteirista fala sem papas na língua do racismo e do classismo no Brasil.

http://www.rtve.es/alacarta/audios/emision-en-portugues/emisso-em-portugues-24-05-12/1419960

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Imagem do filme “Cidade de Deus” (2002), dirigido por Fernando Meirelles e Katia Lund, e que se inspira na obra de Paulo Lins