Mudança de “endereço”: visitem o letraesom.com!

Olá! Agora tenho uma nova página web:
http://letraesom.com ou, se preferirem, http://letraysonido.com

Com o lançamento do Letra e Som, este blog deixará de ser atualizado. Mas deixo aqui o convite para que conheçam o novo site, assinem as notícias e façam seus comentários!

Espero vocês na “nova casa”! Muito obrigada e até lá!

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Verônica Ferriani mostra ao mundo o ritmo e o sotaque brasileiros

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Passagem de som no Palau da Música Catalana. Verônica Ferriani se apresentou no mesmo dia em que chegou a Barcelona

A paulista Verônica Ferriani é uma das revelações musicais do Brasil nos últimos anos. Quase uma década depois de subir num palco pela primeira vez, a cantora inaugura agora uma nova fase de sua carreira, a das turnês internacionais. Passou recentemente pela Colômbia, debutou em terras portuguesas e acaba de se apresentar na Espanha, tanto em Madrid como em Barcelona.

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Registro da chegada do público de Barcelona

Na capital catalã, cantou para uma entusiasmada plateia no Palau de la Música Catalana, ícone da arquitetura modernista. Mas as viagens não acabam por aí: os próximos destinos de Verônica Ferriani e seus músicos são Rússia e Japão.

Nesta entrevista concedida à Radio Nacional de España/ Radio Exterior de España (minuto 6’15”), Verônica Ferriani fala dos novos rumos de sua carreira, do projeto de lançar um disco autoral, de suas aspirações e inspirações e de como a música revolucionou a vida desta artista que virou arquiteta, mas logo optou pela música, sua verdadeira vocação.

Verônica Ferriani

Verônica Ferriani e músicos no concerto em Barcelona, onde o samba ecoou no Palau de la Música Catalana

“Trapusteros” retorna à Espanha com bonecos falando em português

"Los Cuentos de Otro", ou, na versão em português, "Este Conto não é meu"

“Los cuentos de otro”, ou, na versão em português, “Este conto não é meu”

Marcos Pena é espanhol, de uma pequena cidade que faz fronteira com a França, mas há três anos decidiu fazer do Brasil o seu porto-seguro. Em terras tupiniquins, dá sequência a um trabalho no qual se iniciou há anos aqui na Espanha, o teatro de bonecos.

Com a companhia de teatro “Trapusteros“, Pena consegue fazer mágica com seus bonecos de luva: atrai a atenção das crianças a uma arte milenar e consegue que os pequenos se desconectem das telas de celulares e tablets.

Depois de rodar mundo, Marcos Pena foi ao Brasil para se maravilhar e aprender com uma cultura de teatro de bonecos desconhecida pela maioria dos brasileiros. De todos os teatros de bonecos espalhados pelo país, os “mamulengos”, da região Nordeste do Brasil, são os mais conhecidos. Mas cada região do país tem suas tradições nesta arte que continua encantando as crianças. Pena diz que retorna a terras ibéricas culturalmente mais rico.

Regresso à Espanha com língua e sotaque brasileiros

O curioso é que Marcos Pena regressa ao seu país natal com uma peça em português, “Este conto não é meu“. A obra de teatro de bonecos, que não só se desenrola em português, mas apresenta elementos da cultura brasileira, foi apresentada em Barcelona na Casa América Catalunya.

Los cuentos de otros 065Nesta entrevista concedida à RNE / Radio Exterior de España (minuto 4’52”), Marcos Pena conta detalhes do espetáculo, fala da milenar arte de dar vida a bonecos e como as crianças da nova geração reagem a este mundo de fantasia e imaginação.

Empresa de reciclagem contorna crise na Espanha e já tem planos de expansão

"Recíclese: deje el bono basura e invierta en basura"

A Acin Costa Brava conseguiu ter faturamente positivo em seu primeiro ano de operação, projeta dobrar suas receitas em 2014 e já está se mexendo para conquistasr dois mercados: o brasileiro e o de Teerã. Prova de que do lixo também se extraem riquezas.

Tempos de crise, mas também de pensar em alternativas e de empreender, ainda que seja fora do próprio território. E no caso de Joan Campmajo, um catalão de apenas 22 anos, a oportunidade veio de onde normalmente menos se espera encontrar riquezas: do lixo. Há um ano, Campmajo e seu irmão montaram a empresa Acin Costa Brava, que recolhe os resíduos industriais para, na outra ponta, transformá-los em dinheiro. A empresa vem apresentado faturamento crescente e já tem planos de se expandir para além do continente europeu. O Brasil é um dos destinos da empresa.

Duas vezes por semana, Campmajo se dedica a fazer cotações entre os clientes que compram ferro, alumínio, aço, estanho e outros materiais que diariamente são descartados nos contêiners de Toulouse, onde está instalado o galpão da Acin Costa Brava. Feita a cotação, os materiais, devidamente separados e prensados, seguem para os clientes espanhóis. O negócio prosperou tanto que, de um investimento inicial quase nulo, a empresa passou a faturar € 250 mil em seu primeiro ano de operação. Para 2014, a previsão é elevar estas cifras a € 500 mil. Uma outra nave industrial está sendo adquirida em Girona, a uma hora de Barcelona. Mas a iniciativa mais ousada será a de cruzar o oceano e desembarcar em Natal, Rio Grande do Norte.

Segundo Campmajo, a comprovação de que o negócio de reciclagem é promissor mesmo em situações de crise já lhe inspirava novos desafios. Mas foi durante as férias que passou em Natal no ano passado, vendo os sacos de lixo pelas ruas, que o jovem empreendedor decidiu aproveitar esta deficiência do Brasil para fazer algo que, além de viável economicamente, é ecologicamente correto. “Logo pensamos que poderíamos explorar este setor que hoje no Brasil se equipara à situação da Espanha 20 anos atrás, antes da Olimpíada”, afirmou.

A ideia da Acin é fazer em Natal uma gestão integral de resíduos urbanos: desde a coleta de lixo nas ruas, colocando contêiners nos distritos urbanos, até a separação dos materiais para sua posterior reutilização. No momento, o empresário está negociando com a prefeitura de Natal para que aprove o projeto e financie a maior parte dos € 3 milhões necessários para instalar uma planta que realize todas as etapas do processo de reciclagem, inclusive transformando o lixo orgânico em energia elétrica. Ele também está buscando o apoio de fundos de investimento para levar adiante este projeto. Em seu esforço para concretizar estes planos de expansão, Campmajo criou um bordão que já se tornou seu mantra: “Recíclese: deje el bono basura e invierta en basura”.

Para ouvir a entrevista de Joan Campmajo emitida pela RNE/ Radio Exterior de España, entre aqui.

Brasil faz parceria e ensina francês grátis. Maravilha! Mas e o português?

timthumb.phpQuando é que o governo brasileiro vai se empenhar no ensino da língua portuguesa pelo mundo? A pergunta me veio à cabeça depois de pensar no interessante que seria estender a ideia do FrancoClic a outros idiomas. Trata-se de uma plataforma de ensino da língua francesa e da cultura francófona criada pelo Ministério brasileiro da Educação e a Embaixada da França no Brasil, iniciativa que considero louvável. Mas falta uma ação contundente por parte do governo quando o assunto é a língua do Brasil.

Como não quero ser injusta, pondero que a Biblioteca Nacional brasileira, a oitava do mundo em acervo, está fazendo um grande trabalho na divulgação de autores brasileiros mundo afora, com traduções para vários idiomas, especialmente inglês e espanhol. Já entrevistei um editor que lançou este ano uma Antología de Poetas Brasileños aqui em Barcelona. A Editora Kriller71, que publicou de forma independente uma coletânea de poemas do Arnaldo Antunes e outra do Paulo Leminski, como vocês podem conferir aqui, será a próxima a contar com a ajuda da Biblioteca Nacional do Brasil.

Mas quem mora fora do Brasil sabe a falta que faz o apoio governamental para o ensino da língua portuguesa aos expatriados. Quem tem presente a preocupação em perpetuar sua língua materna fora das fronteiras brasileiras depende, além da própria força de vontade, de associações privadas que pululam, timidamente, pelo mundo.

Na Espanha, por exemplo, uma das iniciativas é o projeto Brasileirinhos, que levanta a bandeira do bilinguismo e ajuda filhos de brasileiros que vivem na Catalunha a se integrarem e a conhecerem a língua.

Também em Barcelona, artistas como Anna Ly mergulharam no universo infantil para formar novos brasileirinhos do outro lado do oceano. Depois do trabalho Desenrolando a língua: as origens da língua portuguesa do Brasil, Anna agora está buscando inspirações nas lendas e mitos indígenas, projeto que em breve será alvo de outra entrevista.

Em Nova York, o Brasil em Mente também tem trabalhado para manter vivas a língua e a cultura do Brasil. O projeto nasceu quando Felicia Jennings-Winterle, fundadora da organização, percebeu que, em vez de incentivar o bilinguismo, muitas mães ou pais brasileiros estavam falando com seus filhos em inglês. Aqui temos uma entrevista sobre os feitos do Brasil em Mente em solo norte-americano.

Enquanto o governo brasileiro deixa de incentivar a língua de seus expatriados, a Suíça financia bibliotecas interculturais para estimular os imigrantes a também se alfabetizarem no idioma materno. Nesta entrevista, Marcelo Madeira, músico, compositor e escritor, nos conta como é que ensinar, na Suiça, a língua portuguesa com música e literatura.

Estas iniciativas, de associações privadas ou, neste caso específico, do governo suíço, são todas dirigidas ao universo infantil. Mas e os adultos? Recentemente, um professor brasileiro muito atuante aqui em Barcelona conseguiu, após muita insistência, realizar na capital catalã um supletivo para brasileiros que não haviam tido a oportunidade de terminar seus estudos. Ao que tudo indica, foi a primeira vez que se realizou um supletivo para adultos na Europa.

Mas ainda falta um incentivo mais robusto à língua do Brasil, bem como à sua rica e diversificada cultura, que venha pelas mãos do governo brasileiro. A Alemanha tem o instituto Goethe, a Espanha tem o Cervantes e Portugal se mostra com o instituto Camões. E onde está o nosso instituto Machado de Assis?

É imprescindível que o governo brasileiro perceba a importância de promover e propagar sua língua e cultura. O Brasil já está tateando a posição de quinta maior economia do mundo. Muitos estrangeiros estão aprendendo o português do Brasil – na Espanha em crise, este interesse é patente. Enquanto isso, muitos brasileiros residentes no exterior dissolvem a beleza da língua portuguesa em uma espécie de mosaico linguístico, muitas vezes sem consciência do atentado que cometem à gramática. Se continuar assim, não tardará para que estas variações sejam consideradas dialetos: algo que por vezes se assume como “portunhol”, outras como “portuglês”…

Espanha cruza o oceano em busca de trabalho

Em um país onde a taxa de desemprego juvenil supera os 57%, para muitos não há outra alternativa senão cruzar a fronteira e até o oceano. Na Espanha, seis de cada dez cidadãos menores de 25 anos estão fora do mercado formal de trabalho.

Em reportagem veiculada hoje, o jornal Cinco Días cita que dois de cada três jovens espanhóis estão buscando trabalho fora da Espanha. Os dados são baseados em estudo elaborado pelo InfoJobs Esade sobre a situação do mercado de trabalho no país. Conforme esta pesquisa, 51% dos jovens consultados confessam estar dispostos a buscar oportunidades fora do território espanhol.

Cerca de 65% dos entrevistados declararam preferência por outros países europeus, sobretudo Grã Bretanha, Alemanhã e Irlanda. Outros 51% cogitam fazer as malas rumo aos Estados Unidos, Canadá e América do Sul.

Nesta reportagem, produzida em novembro de 2012 para a Radio Nacional de España, abordo que o número de cidadãos deixando a Espanha já superava a entrada de estrangeiros e chamei a atenção para a fuga de talentos. Espanhóis contam seus planos e brasileiros relatam que, agora, se escuta muito castelhano pelas ruas, reflexo da chegada de espanhóis e dos vizinhos latino-americanos.

Na Espanha, houve um expressivo aumento do interesse por idiomas antes considerados exóticos, como explico nesta matéria. Esta procura está alterando sobremaneira o panorama espanhol no que diz respeito ao desconhecimento de idiomas, já que o país ocupa uma das piores posições na União Europeia neste quesito.

A crise na Espanha também está empurrando empresários ao Brasil, para muitos o novo Eldorado. Até em setores tradicionalmente fortes no país ibérico, como é o caso do turismo, se verifica esta evasão empresarial. As escolas de negócios não estão indiferentes aos novos tempos e, em vez de prepararem os estudantes para cargos diretivos dentro de empresas, estão ensinando como empreender novos negócios, como tratado nesta entrevista.

Mesmo as pequenas e médias empresas espanholas, que até então nunca precisaram abandonar sua zona de conforto, já arregaçam as mangas para prosperar fora das fronteiras espanholas, conforme vários relatos nesta reportagem.

Fora do universo empresarial, a mudança nos fluxos migratórios também é vista nas ruas. Nesta entrevista, uma acadêmica especializada em imigração e prostituição conta que os trabalhadores do sexo também estão de malas prontas. Muitos alugam suas casas aqui na Espanha e se dirigem aos seus países de origem. Outros preferem seguir na Europa e buscam mercados em melhor situação econômica, como é o caso da Suécia.

Outras reportagens e entrevistas relacionadas com o tema podem ser encontradas no arquivo do blog. 🙂

El Cubismo de Erik Satie

Acabo de concluir um dos projetos que mais gostei de fazer em toda a minha vida: um livro que versa sobre a relação entre o cubismo e a obra Erik Satie. Sim, é isso mesmo! A correspondência entre obras pictóricas de Pablo Picasso e Georges Braque e a música de Erik Satie. Eles foram contemporâneos, amigos e trabalharam juntos. Mas a proximidade entre os artistas vai além disso. E é sobre isso que trato nesta tese que um dia há que se converter em um livro. Aqui lhes deixo a introdução, para que tenham uma ideia dos temas tratados. Ah! E a capa deste, tomara, futuro livro! 

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